terça-feira, 19 de agosto de 2008

As Inverdades do 1º Ministro

Comunicado

Com um estranho triunfalismo, José Sócrates afirmou ontem que há hoje mais cento e trinta e três mil portugueses a trabalhar do que á data da sua tomada de posse como Primeiro-ministro.
O Primeiro-ministro é habilidoso na manipulação dos números e também é reconhecida a sua arte de tentar pintar as coisas cor de rosa.
Mas os números reais do desemprego, o fraco comportamento da economia e a sua continuada divergência com a união europeia, o sufoco das classes médias, a precariedade das relações laborais e o agravamento da pobreza, da exclusão social e dos problemas económico-sociais, de que a criminalidade é apenas uma alarmante consequência, estão aí a desmentir o Primeiro Ministro.
Vamos aos factos que José Sócrates conhece, embora os queira ignorar publicamente:
• Em 2005, aquando da posse do actual Governo, havia 376 mil desempregados. Hoje, pelos números do INE, estão no desemprego 412 mil portugueses. Há mais 36 mil desempregados.
• Pelos dados recentes da OCDE, nos anos de 2006 e 2007, emigraram 220 mil portugueses. Temos de recuar aos tempos de António Oliveira Salazar, às décadas de 1960 e 1970, para assistirmos a tamanha corrente emigratória, portugueses que tiveram de procurar no estrangeiro uma oportunidade de emprego que não encontraram no seu próprio País.
Qual seria a dimensão do desemprego em Portugal, se não tivessem emigrado esses 220 mil compatriotas nos anos 2006/2007?
• A economia portuguesa não irá crescer acima dos 1,1%, contra os 1,9% previstos pelo Governo, e durante esta Legislatura nunca chegou sequer aos 2%. Os mais conceituados especialistas consideram que só com um crescimento da economia superior a 3%, é que haverá a criação de emprego sustentado em número superior às perdas de postos de trabalho resultantes da dinâmica normal da economia. Ora, com tão baixo crescimento da economia, a criação dos 150 mil postos de trabalho anunciados pelo Primeiro Ministro só podem ser virtuais.
• Outro aspecto relevante em política de emprego é a precariedade dos novos empregos. Portugal tem o 2º índice de emprego precário mais elevado da União Europeia. Nessa linha, cerca de 90% dos 1200 empregos do projecto que o Primeiro Ministro ontem inaugurou, vão ser precários. Este é também um troféu negro do Governo de José Sócrates, porque este tipo de emprego fragiliza os trabalhadores, especialmente os jovens, porque lhes retira qualquer esperança para organizarem o seu futuro com alguma estabilidade.
• Finalmente, a par do desemprego e das relações laborais precárias, o Governo Sócrates estimula os recibos verdes ilegais e os baixos salários, com consequências graves na qualidade de vida dos portugueses e das famílias.
É neste contexto de crise económico-social, que o País assiste com legitima preocupação a um crescendo de criminalidade, mas sobre estes problemas concretos o Primeiro-ministro nem uma palavra. Senhor Primeiro Ministro, governe para resolver os problemas reais que afligem os portugueses e as empresas e não fale apenas sobre questões que interessam à sua agenda política e ao seu calendário eleitoral.

Lisboa, 19 de Agosto de 2008
O Secretariado Nacional

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