segunda-feira, 18 de junho de 2012

Mais de meio milhão ganha o salário mínimo

O número de pessoas a receber 485 euros por mês duplicou nos últimos quatro anos para um total de 605 mil.

São quase mais 115% a ganhar a remuneração mínima do que em 2007: um ritmo de 80 mil pessoas por ano.

No final de 2007, o número de trabalhadores nesta situação não superava 5,5% da população ativa. Agora, pelas estatísticas, conseguimos perceber que um em cada 11 trabalhadores aufere a remuneração mensal mínima, ou seja, 10,9% do total.

Na verdade, embora esta remuneração seja isenta de IRS, tem um desconto de 11% para a Segurança Social. O ordenado líquido acaba por ser de 431,65 euros.
As mulheres são as mais penalizadas: 14,9% ganham o salário mínimo, contra 8,1% dos homens.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Adecco (Guarda) - a (i)responsabilidade...

1. O desemprego é um flagelo por todo o país. É-o, ainda mais onde as empresas encerram e não há expetativas. Esta é a realidade laboral do interior. Com uma agricultura de subsistência, sem indústria, com o sector serviços cada vez mais debilitado, resta a função pública. Por todo o país são as câmaras e a administração pública quem vai assegurando a sobrevivência de famílias que teimam em ficar, que teimam em não partir para Lisboa, para o litoral ou… emigrar. Porque a emigração volta a ser o caminho, a opção, para quem quer “procurar” futuro. O comércio, no interior, mal sobrevive por falta de clientes; o êxodo generalizado, a fuga das nossas vilas e cidades, provoca uma agonia, uma decadência, a que só fogem os supermercados, os hipermercados, onde toda a gente compra tudo…

2. Em Portugal há cerca de 500 centros de contacto, informação e atendimento – vulgos “call center”. Estes empregadores apareceram em várias localidades como os redentores, criando emprego às centenas, aos milhares… Trabalho precário, de baixo salário, mas ainda assim de grande interesse, nomeadamente para a profissionalização de jovens recém-licenciados.
Em Seia, a EDP criou um “contact center” com 250 trabalhadores; em Castelo Branco, com a colaboração da câmara local, a Reditus criou em 2008 um “call center” com 360 postos de trabalho, que em 2009 ultrapassou os 400; na Covilhã, a Teleperformance, com a Vodafone, instalou-se contratando numa primeira fase, em 2008, 360 pessoas, no final de 2010 ultrapassou os 580 trabalhadores; na Guarda, em plena campanha eleitoral para as Autárquicas de 2009, a câmara tirou um coelho da cartola e apresentou a Adecco, que anunciou o investimento de 800 mil euros num projeto de instalação de um “call center” que iria empregar 250 pessoas…
A implementação do projeto na Guarda surpreendeu a todos os níveis. Apresentado por Joaquim Valente enquanto presidente da Câmara Municipal da Guarda, num ato em que se confundiu autarquia e campanha eleitoral do PS, num restaurante da cidade, anunciou-se a instalação da Adecco para o Parque da Cidade. Joaquim Valente assegurou então que a requalificação dos “pavilhões” iria custar 300 mil euros e que a autarquia iria recuperar esse dinheiro ao longo dos anos, em rendas, com carência nos dois primeiros anos. Cinco meses depois, em fevereiro de 2010, a Adecco começava a laborar nesse espaço «verdejante», como lhe chamaria com satisfação o presidente da Câmara, onde entretanto a autarquia tinha já enterrado não 300 mil mas, pelo menos, 450 mil euros, numas obras de que todos se sentiam muito orgulhosos, até porque ali começavam a trabalhar 25 pessoas, e todos os intervenientes asseguravam que até ao verão triplicariam, e em menos de dois anos cumprir-se-ia a promessa dos 250 postos de trabalho prometidos, «isto numa perspetiva cautelosa», diria então o responsável da empresa. Estranhamente, poucos meses depois, em Novembro, o “call center” da Adecco, já estava reduzido a 18 operadores. Hoje, está encerrado. Os poucos trabalhadores que ainda têm vínculo aguardam, em casa, de “férias”, que a Adecco os convoque para regressarem ao trabalho. A empresa não sabe quando é que isso acontecerá, pois depende de novos contratos. Supostamente, desde Fevereiro de 2012, que deveria estar a pagar renda, se bem que estranhamente nunca foi divulgado o valor a debitar mensalmente e que, a priori, permitiria amortizar o investimento realizado na adaptação das instalações. Ou seja, a Câmara da Guarda gastou quase meio milhão de euros em obras numas instalações que agora estão encerradas e que assim deverão continuar, para ajudar uma empresa que prometeu um dia criar 250 empregos, que nunca criou, e quase de certeza nunca irá criar. A autarquia tem a obrigação de, urgentemente, exigir responsabilidades à multinacional que não cumpriu os pressupostos do contrato. Tem obrigação de se justificar perante os cidadãos. E tem de ser responsabilizada por mais um negócio pernicioso e lesivo para os cofres da câmara, nocivo para as expetativas dos trabalhadores e prejudicial para a economia da cidade.


Luis Baptista-Martins
(O Interior)

(As partes seleccionadas a amarelo são da responsabilidade do autor do Blog)

domingo, 3 de junho de 2012

Guarda, o distrito onde o ritmo de falências mais acelerou....

"...Desde o início do ano, até este domingo foram registados 2769 pedidos de insolvência. A dividir pelos 155 dias já passados em 2012, dá uma média de 17,86 – arredondando, 18 insolvências por dia..."

"...Por esta altura em 2010 havia 1752 registos, em 2011 eram 1863 e no presente ano este valor aumentou 48%. Em valor absoluto, o distrito do Porto lidera esta contabilidade, como já sucedia no passado, com 650 empresas em insolvência (contra 463 em 2011 e 334 em 2010), mas a variação em percentagem indica que é o distrito da Guarda onde o ritmo mais acelerou: os 33 pedidos registados até agora correspondem a um aumento de 175% face aos 12 pedidos de 2011, ano em que havia uma variação nula face a 2010..."

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sexta-feira, 1 de junho de 2012

TSD/Guarda numa Conferência Internacional do CIFOTIE



Os TSD/Guarda estão presentes nesta Conferência Internacional, que está a decorrer num Hotel em Lisboa entre 31-5 e 2-6-12.
Organizada pelo CIFOTIE (Centro Internacional de Formação de Trabalhadores da Indústria e Energia), tem como tema:
"EUROPA 2020 - CRESCIMENTO INCLUSIVO: Aumento de taxa de participação no mercado de trabalho, aquisição da qualificação e luta contra a pobreza".
Estarão presentes vários oradores, entre os quais: António Matos Cristóvão (Presid. do CIFOTIE/Vice-Presid. EZA); Josep Calvo (Presid. UCEM); Katalin Gonzo (Comissão Europeia); Piergiorgio Sciaqua (Co-Presid. da EZA); Pedro Martins (Secret. Estado Emprego); João Proença (Secret. Geral da UGT); Pedro Roque (Secret. Geral dos TSD e Deputado); António Saraiva (Presid. da CIP); Garcia Pereira (Advogado); Helena André (Banco Alimentar Contra a Fome); Manuel Porto (Univ. Lusíada e ex-Dep. no P.E.), além de outros estrangeiros.

Desemprego entre os jovens está em 36,6%

Portugal continua a registar uma subida da taxa de desemprego, que em Abril se fixou nos 15,2 por cento, uma décima acima do mês anterior, tendo o desemprego jovem aumentado para os 36,3 por cento, revela o Eurostat. 



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