quarta-feira, 9 de novembro de 2011

GREVE OPORTUNA OU OPORTUNISTA?!

            No passado dia 15/10, o actual governo (eleito democraticamente em 05/06/11), apresentou na A.R. um projecto de orçamento para 2012.
            No dia seguinte (domingo, 16/10), o Partido Comunista (representando apenas 7,9% do eleitorado), reuniu o seu Comité Central e “encomenda” à CGTP uma “greve geral”!
            No dia 17/11, a CGTP (que representa 81 dos 348 Sindicatos portugueses*) sem consultar os seus 81 sindicatos, (ao que se sabe), avança para uma “greve geral” logo marcada para o dia 24 de Novembro!
            Dia 18/11 a CGTP reuniu com a UGT (que representa apenas 51 dos 348 Sindicatos Portugueses*).
            Não compreendemos como é que a central sindical UGT aceita alinhar neste conluio “de retirar um dia de salário, subsídio de refeição, prémio de assiduidade e outros” para “empurrar” os trabalhadores para uma greve que servirá mais os interesses da maior parte da Comunicação Social em vez de uma acção de responsabilidade patriótica de que PORTUGAL bem precisa!
            O Direito à greve é um direito inalienável e fundamental para todos os trabalhadores mas, esse direito só deverá ser usado quando se justificar e não servir interesses político-partidários, como nos parece ser este o caso. Banalizar este direito, para servir interesses obscuros e/ou para conseguir protagonismos na comunicação social (televisões, jornais, etc), à custa do salário dos trabalhadores, NÃO É SÉRIO E DESCRIDIBILIZA ainda mais o Sindicalismo, que muitas vezes é realizado, com muita dificuldade, pelos Delegados Sindicais junto dos trabalhadores.
            Tanto a CGTP como a UGT, que são financiadas pelo Estado Português (leia-se contribuintes) na Concertação Social, deveriam utilizar o dinheiro que recebem dos seus associados, para tentarem minimizar o(s) dia(s) de greve dos trabalhadores, como fazem (entre outros) os Sindicatos no Norte da Europa.
            Perante estes factos, e sem abdicar do direito à contestação, os Sindicatos Independentes, que são a maioria no Movimento Sindical Português e que lamentavelmente não têm assento em sede de Concertação Social, não devem fomentar (convocar) ou apoiar uma greve para a qual “não foram ouvidos nem achados”! Devem esclarecer, isso sim, os associados sobre todos os prós e contras deste tipo de revindicação e apoiá-los nas melhores formas de luta contra as adversidades da situação para a qual o sindicalismo arcaico e controleiro ajudou a criar. Neste momento bastante crucial para o País, é a trabalhar e a tentar produzir mais para retirar Portugal de uma crise muito grave que as “greves de protagonismos” não ajudam absolutamente (mesmo) nada.

* - Dados do BTE do Ministério do Trabalho.


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