quarta-feira, 22 de abril de 2015

Cenário macroeconómico apresentado pelo PS.

 
COMUNICADO
Conhecemos finalmente o quadro macroeconómico do PS para os próximos anos. Da análise das propostas resulta claro que, mais uma vez, este Partido não desilude em matéria económica relativamente à tradição. De facto, a subordinação óbvia a uma lógica político-eleitoral procurando agradar a todos em véspera de eleições é algo "déjà vu" e faz recordar os tristemente célebres aumentos da Função Pública e baixa de impostos em contraciclo de José Sócrates em 2009 para, volvidas as eleições, tudo se inverter ao ponto de em 2011 o Estado entrar em default. PS não consegue, mais uma vez, resistir à lógica de ter sol na eira e chuva no nabal procurando na popularidade fácil forçar as sondagens não se importando de, nessa ação, comprometer os ganhos económicos obtidos por Portugal com tanto esforço coletivo.
Estamos perante um conjunto de propostas que a concretizarem-se significariam perdas de receita e aumentos na despesa que poriam em causa o equilíbrio das contas públicas e o cumprimento das metas a que estamos vinculados com efeitos perniciosos no défice público, no crescimento e no emprego.
Sejamos claros: todos gostaríamos de poder subscrever as propostas do PS mas, a eliminação pura e simples da sobretaxa de IRS representará uma quebra de receita de 430 milhões de euros, por seu turno, a reposição de 40% dos cortes salariais na Administração Pública, em lugar dos 20% propostos pelo Governo, são simpáticos mas não são realistas face à realidade e a redução do IVA na restauração será uma medida que representará uma quebra na receita estimada em 300 milhões de euros estando por demonstrar que na prática isso se reflicta nos preços praticados.
Do ponto de vista do Trabalho a proposta de baixar a TSU para os trabalhadores de 11 para 7%, que permitirá um aumento da liquidez salarial, é um presente envenenado: diminui a receita da Segurança Social ao mesmo tempo que, a prazo, compromete o valor da pensão de aposentação por via da redução dos descontos.
Estamos perante uma proposta irrealista e de fito eleitoral mas, a ser concretizada, tem um potencial devastador em termos do crescimento económico e da criação de emprego.
Os trabalhadores portugueses não deverão dar crédito a quem lhes acena com desagravamentos no curto prazo que custarão muito caro a prazo e não devem sobretudo esquecer as nefastas consequências sociais que o país conheceu recentemente fruto de uma postura governativa do PS que conduziu ao desastre em 2011 e ao facto indesmentível de termos de recorrer a um resgate de emergência pela terceira vez e tal como em 1977 e 1983, da responsabilidade do mesmo Partido e da mesma subordinação das políticas económicas aos ciclos eleitorais e ao apelo perigoso da popularidade.
Lisboa, 22 de Abril de 2015
O Secretariado Nacional

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