sábado, 13 de dezembro de 2008

Governo não tem política anti-crise

Realizou-se hoje mais um Conselho Nacional, com a presença dos: Presidente do Secret. Distrital e Presidente da Mesa da A.G. Neste C.N. foram debatidas várias questões relacionadas com os trabalhadores e com o governo actual! Foi então aprovado este

COMUNICADO

O Conselho Nacional dos TSD, hoje reunido para analisar a actualidade económica e social do País, manifesta a sua grande preocupação perante a ausência de uma política nacional orientada para apoiar a economia real, em particular as pequenas e médias empresas, indispensável para atenuar o agravamento do desemprego e a perda do poder de compra das famílias.
Ao contrário do que o governo anuncia, não há qualquer estratégia política para enfrentar os problemas económicos de que o País padece e que agora estão a vir mais à luz do dia com a crise financeira internacional.
Sem um rumo nem uma visão global e integrada do que deve ser feito para salvar a economia real, o governo vai tomando medidas avulsas e conforme o peso e a influência dos grupos de pressão.
O governo ainda não adoptou uma única medida preventiva, tem-se limitado a reagir e não se lhe conhece um plano com cabeça tronco e membros que as pessoas e as empresas sintam que são, de facto, destinatárias dessas medidas.
As linhas de crédito anunciadas com pompa e circunstância pelo governo para as PME’s, são disso um exemplo cabal – muito poucas empresas terão beneficiado desses anunciados apoios, que têm servido essencialmente para as instituições de crédito regularizarem empréstimos que haviam concedido.
Ou seja, esses créditos têm servido de propaganda ao governo e têm sido úteis à banca, mas as empresas, a economia real, continua com os seus problemas agravados. Daí as falências e o encerramento de muitas delas, com o caudal de dificuldades económicas e sociais que acarretam, particularmente ao nível do desemprego.
Por outro lado, os dados divulgados pelo INE na passada quinta-feira, não deixam dúvidas – Portugal é o último dos 15 países da Zona Euro em poder de compra.
De facto, em 2005 o PIB “per capita” era de 76,9% da média da União Europeia, em 2006 desceu para 76,4% e em 2007 desceu para 76,2%, o que revela uma contínua descida das condições de vida das famílias e dos portugueses.
Mas quem ouve o governo e a sua propaganda na comunicação social, até parece que com a governação socialista os portugueses e a economia nacional têm vindo a melhorar desde que Sócrates é primeiro ministro.
Ora, infelizmente para o País, José Sócrates vai ficar como o primeiro ministro que mergulhou Portugal na recessão, apesar das condições económicas e políticas internas e externas extremamente favoráveis de que beneficiou nos seus primeiros 3 anos de governo.
O governo socialista, ao longo da legislatura, sempre promoveu políticas económicas erradas e traduzidas, ainda antes de Portugal ser afectado pela crise financeira internacional, num agravar de todos os indicadores económicos relativamente a 2005.
Importa lembrar também que a prática política do governo socialista foi e é marcada por uma enorme arrogância, como ainda agora se manifesta ao considerar que o défice em 2009 poderá ficar nos 3% ou até acima, quando há escassas três semanas, quer o primeiro ministro quer o ministro das finanças, arrasaram quem denunciou que os 2,2% previstos no OE eram completamente irrealistas.
É neste quadro que os TSD reclamam uma actuação política honesta por parte do governo porque, como se vê, a propaganda não resolve os problemas concretos das pessoas e das empresas.
Assim, é necessário:
1. Tomar as medidas correctas para transpor para a realidade nacional o “plano” de combate à crise aprovado pelo Conselho de Ministros da EU e não ficarmos apenas por mais “umas obras públicas”.
2. Reforçar os apoios sociais na situação de desemprego, alargando os prazos do direito às prestações do subsídio.
3. Promover um clima que anime o consumo interno e equilibrado com o estímulo à poupança, para ajudar à sustentação e relançamento da economia real, pilar agora mais necessário para contrabalançar a previsível quebra nas exportações.
4. Procurar novos mercados para as exportações nacionais.
5. Tomar medidas que ajudem as pequenas e médias empresas, ao nível do crédito e fiscalidade, em ordem a evitar uma situação de falências com dimensões sociais extremamente graves.

Lisboa, 13 de Dezembro de 2008

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