Em Junho deste ano havia 643 mil pessoas inscritas nos Centros de Emprego, segundo os números do IEFP, mas apenas 355 mil pessoas beneficiavam, no mesmo mês, de subsídio de desemprego. Retirando os 48 mil portugueses que se inscreveram nos centros do IEFP que têm emprego mas que procuram outro trabalho, e assim sendo não recebem qualquer prestação social de desemprego, há 240 mil portugueses sem trabalho e sem subsídio.
Mas os números oficiais só contabilizam aqueles que se inscreveram nos Centros de Emprego, ficando de fora os que desistiram de procurar trabalho ou o chamado subemprego: alguém que faz biscates e que por isso não está inscrito. Especialistas apontam que o número de desempregados reais no País ronde os 742 mil, o que faz disparar o número de pessoas de-sempregadas e sem subsídio para os 386 mil. O Governo implementou a 1 de Agosto cortes nos apoios sociais que deverão poupar aos cofres do Estado 99 milhões de euros este ano e 199 milhões em 2011. Entre elas está o limite do subsídio de desemprego a 75% do último salário.
DESEMPREGO SOBE NO ESTADO
Com um País a registar máximos históricos no desemprego já não há sectores, como a Função Pública, tida durante décadas como a garantia de um emprego para a vida, que possam dizer que estão imunes. De acordo com o IEFP, registou-se em Junho uma subida de 28,3 por cento em termos homólogos no desemprego entre "quadros superiores da administração Pública", cujos contratos a termo não foram renovados. O relatório revela que para os 643 mil inscritos nos Centros de Emprego em Junho houve apenas 22 mil ofertas de emprego: o suficiente para 3,5% do universo de desempregados
Pedro H. Gonçalves
(Correio da Manhã, 9-8-10)
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