quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ex-trabalhadores da Delphi/Guarda indignados

Os últimos trabalhadores despedidos pela Delphi, em dezembro de 2010, foram convocados para uma reunião, realizada ontem nas instalações da Câmara da Guarda, ao que tudo indica para receberem formação. O convite terá partido do Centro de Emprego da Guarda, mas o caso está a motivar a indignação das pessoas que deixaram a empresa de cablagens em dezembro de 2009 e na primavera de 2010, que não entendem porque também não foram chamados.  «...Qual o motivo de nos deixarem de fora desta oportunidade?», questiona uma antiga trabalhadora, que pediu para não ser identificada. «Estamos indignados com isto e vamos demonstrá-lo, comparecendo no local [ontem] para que nos deem uma justificação e nos expliquem porque servem uns e não os outros», sublinha quem fez um POC (programa ocupacional) num jardim-de-infância da autarquia. Nesse sentido, protestar é a palavra de ordem que tem passado entre os operários dispensados pela multinacional norte-americana nos primeiros despedimentos coletivos. A ideia é marcar presença «em força» na Câmara da Guarda, para onde estava prevista a reunião. «Não é justo o que estão a fazer, porque simplesmente não nos dão a mesma oportunidade de poder ter trabalho e alguma esperança», lamenta um ex-chefe de linha, que já trabalhou num serviço de bate-chapas. «Não fiquei por causa da crise», acrescenta.
Quanto ao objetivo da reunião, ninguém sabe ao certo. «No Centro de Emprego disseram-me que é para frequentarem uma formação, mas também já ouvi falar de uma empresa francesa que estaria interessada em instalar-se na Guarda e aproveitar a mão-de-obra qualificada da Delphi», refere o antigo funcionário, que esteve ontem nos Paços do Concelho. Não é a primeira vez que os 601 despedidos em dezembro de 2009 e abril e maio de 2010 são preteridos. Recentemente, soube-se que estes não teriam direito aos apoios do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG), uma vez que a candidatura apresentada pelo IEFP abrangia apenas os últimos 318 trabalhadores a deixar a fábrica da Guarda-Gare porque a União Europeia decidiu contribuir só nos casos de despedimentos ocorridos entre julho de 2010 e março de 2011 no setor dos componentes e acessórios para automóveis em Portugal. Ora, os três despedimentos coletivos levados a cabo na Delphi deixaram sem emprego mais de 900 pessoas...»

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