terça-feira, 8 de maio de 2012

PEDRO ROQUE, intervenção no 38º Aniv. do PSD.

Caras e caros companheiros,
Em primeiro lugar gostaria de saudar o nosso Partido nesta passagem do seu 38º aniversário e agradecer, em nome dos TSD - Trabalhadores Social Democratas, o amável convite que me foi endereçado pelo presidente do PSD para, nesta efeméride, vos dirigir algumas palavras.
Como sabem, os TSD são uma estrutura autónoma do PSD que se constituem numa organização de trabalhadores que visam, pela sua actuação no mundo laboral, contribuir para a construção de uma sociedade orientada pelos princípios da Social Democracia e na defesa da independência e autonomia sindicais.
Mas, caras e caros companheiros, este é também um caminho de duas vias: é que, se representamos o PSD junto da área laboral e do movimento sindical, por óbvia simetria, também representamos o mundo do trabalho, o seu sentir, anseios e necessidades no seio deste Partido que é de todos nós.
Por isso orgulhamo-nos de funcionar, tantas vezes, como uma espécie de “consciência social” do
PSD.
Porém, e perdoem-me a imodéstia, o PSD tem também todas as razões do mundo para se orgulhar dos seus Trabalhadores Social Democratas.
É que a nossa implantação no movimento sindical é tradicionalmente muito forte o que, aliado à característica interclassista do PSD, faz com que nos possamos orgulhar de ser também, sobretudo e genuinamente um grande partido dos trabalhadores portugueses.
Só deste modo e com esta matriz popular e laboral é possível ganhar eleições e ser credor do reconhecimento dos eleitores ao longo destes anos no sentido de ser inexoravelmente umas vezes, Governo, outras vezes, o maior Partido da Oposição.

Caras e caros companheiros,
Esta relevância dos TSD no movimento sindical e a sua participação no seio da UGT foram determinantes na obtenção das condições politico-sindicais indispensáveis para a assinatura do “Compromisso Tripartido para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego” que ocorreu no quadro de um exigente processo de ajustamento decorrente do “Programa de Assistência Económica e Financeira” firmado entre Portugal, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.
Trata-se de um instrumento estratégico que, ao mesmo tempo que garante a coesão social, lança as bases do reforço da competitividade e do crescimento económico - única forma de poder inverter o desemprego crescente que grassa em Portugal como consequência da crise.

Caras e caros companheiros,
O problema do desemprego, constitui atualmente a principal chaga social portuguesa e representa uma ameaça ao sistema de Segurança Social. De facto os números são muito preocupantes, mormente entre os jovens. Nos últimos dez anos, Portugal assistiu a uma tendência crescente de desemprego e emigração a que não é alheio o incipiente crescimento do Produto Interno Bruto em idêntico período.
Assim, as políticas ativas de emprego são indispensáveis, bem como medidas específicas para combater o desemprego jovem mas sobretudo é também necessário, em paralelo com as contas equilibradas, uma visão estratégica consubstanciada num forte incentivo ao crescimento económico com base no setor de bens e serviços transacionáveis, pois só ele será capaz de inverter o aumento da taxa de desemprego.

Caras e caros companheiros,
O PSD é o Partido que Francisco Sá Carneiro sonhou, criou e ajudou a crescer. Os TSD entendem que, apesar de tudo, continua a ser no espaço ideológico da social-democracia e da prática política reformista que se podem associar os valores da liberdade individual, da igualdade de oportunidades, da solidariedade e da justiça social que sempre nortearam a nossa ideologia e a nossa praxis política.
38 anos volvidos o PSD deve continuar a ser um Partido que assenta nesta matriz já que foi politicamente responsável, no passado, pelos melhores momentos da evolução económica e social de Portugal e, por maioria de razão, assim também o será no futuro.
Entendíamos, entendemos e continuaremos a entender que o PSD, não sendo um Partido de Esquerda, está também muito longe de ser um Partido de Direita e que nos devemos continuar a constituir como um espaço de diálogo e de concertação entre visões diferenciadas que sempre coexistiram no nosso seio.
Desse modo, pela nossa parte, rejeitamos os rótulos de “direita” com que os nossos adversários políticos nos procuram acantonar no sentido tentarem reduzir a nossa base ideológica e de apoio popular fortemente interclassista.
Assim, o PSD deve continuar a acreditar no primado da pessoa humana e a afastar-se dos extremos:
quer dos projetos coletivistas e estatizantes que a História acabou por derrotar;
quer de um capitalismo selvagem, sem regras e sem respeito, nem pelo fator trabalho, nem pelo ser humano.

Vivam os Trabalhadores Social-Democratas
Viva o Partido Social Democrata
Mas, acima de tudo,
Viva Portugal!

Sem comentários: