sexta-feira, 4 de abril de 2008

TSD/Guarda apreensivos com possível encerramento da DELPHI e DURA

O possível encerramento das fábricas de componentes para automóveis, DELPHI e DURA no concelho da Guarda, poderá criar problemas sociais graves que os Trabalhadores Social Democratas lamentam, à mistura com críticas à actuação do Governo no interior do país!
Os Trabalhadores Social Democratas (TSD) da Guarda estão preocupados com a situação da fábrica de componentes para automóveis (cablagens) DELPHI da Guarda, onde se prevêem despedimentos de cerca de 500 operários a partir de Maio.
“Fomos os únicos a colocar o problema do provável encerramento desta empresa e fomos os únicos a ser recebidos pela administração em Lisboa, a qual nos expôs o ponto da situação! Demos conhecimento à imprensa através de comunicado (… e aos trabalhadores, com entrega pessoal de comunicado à porta da empresa!...)”, afirmou António Antunes, presidente do Secretariado Distrital daquela organização laboral.
António Antunes sublinhou que “infelizmente, está a ocorrer aquilo, que a Administração da DELPHI então transmitiu nessa reunião, de que, por falta de encomendas no grupo, a fábrica poderia encerrar a breve trecho, além de que existem fábricas nos países de Leste Europeu e Norte de África a produzirem os mesmos produtos a preços bastante mais baixos”.
Os TSD/Guarda manifestam também “sérias preocupações” com a situação da fábrica de componentes eléctricos e acessórios para automóveis, “Dura” em Vila Cortês do Mondego – Guarda (...onde também já solicitaram uma reunião com a Administração...), tendo em conta que “a casa-mãe, nos Estados Unidos, já pediu protecção de credores, ao abrigo da lei de falências norte-americana”.
A unidade, situada a poucos quilómetros da Guarda, no vale do Mondego, possui mais de centena e meia de trabalhadores, pertenceu inicialmente o grupo espanhol FEMSA, transitou depois para o grupo BOSCH e de seguida para a DURA.
Segundo o dirigente, “a situação no concelho da Guarda é muito preocupante e exige uma intervenção urgente das forças políticas”.
Entretanto os TSD/Guarda “como estrutura laboral, representativa de vários Sindicatos, apostam numa economia aberta, sustentada por empresas competitivas, emprego mais qualificado e melhores e mais capazes políticas que permitam uma boa e mais justa distribuição e sem exclusão, da riqueza nacional”.
Recentemente eleito para o cargo onde substituiu o ex-deputado na Assembleia da república, Alexandre Monteiro que transitou para a presidência da Mesa da Assembleia Geral, António Antunes propõe-se “cativar os trabalhadores de Empresas, onde o Estado ainda detém um controlo efectivo, pois muitos deles, têm receio de se manifestar e inclusive de falar com pessoas que não sejam de organizações sindicais ou outras, afectas ao partido do governo”.
“Muitos têm-nos manifestado as suas preocupações, já fora do local de trabalho! Eles sabem que não o podem fazer lá dentro, pois existe uma forte coacção psicológica, exercida por uma grande parte das chefias hierárquicas, que na maioria dos casos, são "boys & girls", que foram nomeado(a)s pela sua "côr" ou "cartão", sem atenderem à sua qualidade e experiência profissional e/ou humana”, disse. Lamentamos profundamente que o actual governo, “dito socialista” não tenha uma política preventiva para os casos de encerramento e/ ou deslocalização de empresas para outros países como o Leste da Europa, com custos enormes em termos de emprego, nem dê mostras de tentar atenuar os respectivos efeitos sociais, principalmente no interior do país”. Por isso, os TSD pretendem “tentar apoiar e esclarecer os trabalhadores, quer sindicalizados ou não, nas questões laborais que infelizmente venham a ocorrer, nesta zona do interior”, temendo pelo “ aumento de conflitualidade laboral e social que se avizinha nos próximos tempos”.
“Não é compreensível, que altos Dirigentes Sindicais, que há 8 ou 9 anos, em reuniões e plenários Sindicais, etc, defendiam situações, nalguns casos, extremamente opostas às que hoje tentam impôr pela força”, disse António Antunes, numa alusão a figuras políticas que na altura “eram da oposição, como o caso de “alguns actuais responsáveis na Educação”.

José Domingos (Diário AS BEIRAS, 4-04-08)

1 comentário:

Van der Graaf disse...

A defesa dos interesses dos trabalhadores, nestes dois casos tão próximos de nós, tem sido uma constante dos TSD.
Pena é que outras organizações que se arvoram "por norma e em grandes títuLos" como defensores desses trabalhadores estejam por ora "surdos e mudos" perante as evidências que vieram a lume na imprensa!
Será por que interessa não levantar muitas ondas, pois as mesmas podem prejudicar as políticas vigdentes do governo?
Se assim for que se cuidem aquelas organizações e os seus dirigentes, pois os trabalhadores não são cegos e, a seu tempo, saberão separa os "trigo do joio".
Para bons entendedores...