quinta-feira, 26 de junho de 2008

XXXI Congresso do PSD-Intervenção do Secretário Geral TSD

Senhor Presidente do Congresso
Senhora Presidente do Partido
Caros Amigos e Companheiros
Começo por saudar o Senhor Presidente da Mesa, a Senhora Presidente doPartido, o Senhor Presidente do Conselho de Jurisdição Nacional, bem como osSenhores Congressistas, com o desejo de que este nosso Congresso constitua oarranque do PSD para ganhar as batalhas eleitorais que temos pela frente.Caros Companheiros “Recuperar a Confiança” é o lema da Proposta Temática que os TSD apresentama este Congresso.É um contributo sério que damos ao Partido para construir as suas políticasalternativas, visando arrancar Portugal da desesperança em que se encontramergulhado pela fracassada governação socialista.De facto, as principais promessas eleitorais do PS, não passaram de ummonumental embuste.Prometeu colocar o País a convergir com os países Europeus mais avançados, masa economia nacional arrasta-se no marasmo e Portugal continua a divergir daUnião Europeia.Prometeu descer o desemprego e criar 150 000 novos postos de trabalho, mas hojehá mais 68 000 desempregados.Prometeu não agravar os impostos, mas impôs o mais brutal aumento de impostosdirectos e indirectos às famílias e às empresas de que não há memória na históriada nossa democracia.Estas foram as três bandeiras emblemáticas eleitorais do PS: rasgou as três, nãocumpriu nenhuma, mentiu aos portugueses.Mas os maus resultados da governação socialista não ficam por aí. À imagem doque sucedeu nas décadas de 60 e 70 do século passado, milhares e milhares deportugueses voltam a ter necessidade de emigrar. Só em 2006 e 2007, saíram doPaís 220 000 portugueses, em especial para Espanha, Inglaterra, França e Suíça.As classes médias, as grandes sacrificadas das políticas socialistas sem alma,deslizam para a pobreza ou vivem tempos de aflição.E os principais pilares do Estado no interior do País – maternidades, Hospitais,Escolas, Postos da PSP e da GNR, Tribunais – são encerrados sem qualquerrespeito pelas populações afectadas.Este é o retrato nu e cru do estado do País, governado pelo PS nos últimos 3 anos emeio e durante 10 anos nos últimos 13.Ora, nós não nos podemos resignar a este estado de coisas.Os portugueses também não se resignam, mas esperam que o PSD se apresentepreparado para liderar a mudança necessária.Para assumir essa responsabilidade e voltar a merecer a confiança dosportugueses, o PSD não pode resvalar para caminhos de natureza liberal eneoliberal, que não são de todo o nosso desígnio nacional. Pelo contrário, devemosreactivar o discurso social-democrata e recusar práticas dissonantes do que somos. Foi com um projecto concreto de reformas, assente num núcleo coerente de valoressocial-democratas, que o PSD fez avançar o País e realizou um ciclo de ouro deprogresso, quando teve condições de estabilidade governativa na década de1985/95.É assim que queremos o PSD no futuro – um Partido dinâmico e reformador,aberto à sociedade e à inovação, interclassista e não conservador, liberal naeconomia mas avançado nas políticas sociais, e que constrói o futuro sem renegar opassado.É este PSD que as pessoas também esperam de nós.Às vezes, ouvem-se vozes de Companheiros que aceitam ou defendem mesmo orótulo de partido de direita para o PSD. Nós consideramos que o PSD foi, é e serásempre um grande partido nacional, exactamente por não ser de direita. Virar ádireita para conquistar o quê?O PSD representa e situa-se no espaço central da sociedade portuguesa,abrangendo desde o centro esquerda ao centro direita. Esse é o nosso lugar – oGrande Centro.O PSD não tem que sair do seu lugar próprio, para o abrir à ocupação do PS. Nãopodemos fazer o jogo do PS.Numa altura em que a descaracterização ideológica do PS é total, na captura dodiscurso ideológico de outros e conforme as conveniências do momento, – ora àdireita, ora ao centro, ora à esquerda – numa espécie de “albergue ou cata-ventopolítico”, o PSD não deve andar aos saltos, antes deve marcar a diferença pela suacoerência e pela sua genuína identificação com os problemas e as aspiraçõesprofundas dos portugueses. O PSD deve estar atento ao pulsar dos anseios dos portugueses e ser solidário comaqueles que mais precisam - os reformados, os desempregados e os jovens, que searrastam anos e anos no desemprego ou estão com contratos de trabalho precário,que dificilmente lhes permitem encarar o futuro com esperança e organizar a suafamília.Nós, no PSD e nos TSD, temos de falar nos empresários, sejam pequenos, médiosou grandes, mas também e sempre dos trabalhadores e das estruturas sociais desuporte. Também aqui temos de nos distinguir do PS que, à boa maneira ultraliberal,só privilegia as grandes operações financeiras e os grandes interesseseconómicos.O PSD deve apresentar-se coeso, com uma liderança forte e com um projecto queaponte um rumo para o futuro, capaz de mobilizar os vários sectores económicos,sociais e culturais e que marque o início de um ciclo novo na vida do País.É pensando na construção desse futuro com esperança, e naquilo queconsideramos ser o mais urgente e decisivo desafio para Portugal – pôr em marchaum projecto de desenvolvimento económico e de justiça social – que os TSDapresentam a sua Proposta Temática.Todos os nossos contributos convergem para a construção de um projecto políticogovernativode matriz social-democrata, agregador e mobilizador, que seja capazde devolver a confiança e a esperança aos portugueses e que represente umaalternativa credível às esgotadas e desacreditadas políticas socialistas.Defendemos uma estratégia de relançamento e crescimento da economia, queprivilegie o investimento produtivo e políticas concretas de incentivo às micro,pequenas e médias empresas, que são a âncora da economia real do País, e que sãoessenciais para gerar riqueza, criar emprego e combater a pobreza e a exclusãosocial.Queremos o PSD na linha da frente a dignificar o factor trabalho, como actividadefundamental da sociedade e a bater-se pela melhoria das condições de vida dostrabalhadores e das suas famílias.Queremos uma política fiscal justa, transparente e eficaz no combate à fraude e àevasão, com um desagravamento progressivo da carga fiscal sobre ostrabalhadores e as empresas.Queremos, meus caros amigos, um PSD virado para o País real e não para dentro,um PSD ocupado com os problemas das pessoas concretas e das empresas, um PSD de combate político. Esse é o nosso caminho, para voltarmos a ganhar Portugal.
Arménio Santos

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