sábado, 7 de junho de 2008

TSD impõe condições para viabilizar novo código laboral

As críticas ao governo, em particular pela «passividade perante os aumentos vergonhosos dos combustíveis», saíram da reunião do Secretariado Nacional dos TSD, que hoje teve lugar em Lisboa, disse à Lusa o líder da estrutura sindical, Arménio Santos.
«Os portugueses vivem hoje pior do que quando o PS chegou ao governo, em 2005, mas José Sócrates continua a imaginar viver num paraíso que só ele consegue vislumbrar» , afirmou o presidente dos TSD.
«Os trabalhadores vivem tempos extremamente difíceis, com o desemprego, baixos salários e aumento generalizado dos bens essenciais. Os TSD estão solidários com todos estes portugueses e manifestam a sua indignação ante a insensibilidade e sobranceria que o governo assume face a tais dificuldades» , adiantou o mesmo responsável.
Exemplo disto, disse à Lusa, foi a manifestação que na semana passada juntou perto de 200 mil pessoas em Lisboa, que «de certeza não eram todas comunistas, do Bloco de Esquerda ou afectas à CGTP», mas também social-democratas e socialistas.
Face ao aumento do preço dos combustíveis, Santos acusa o governo de «escandalosa conivência com o saque às bolsas dos portugueses, perpetrado pelas gasolineiras».
Outros dos pontos em análise na reunião de hoje foram as propostas governamentais de alteração ao Código Laboral, que os TSD afirmam ser «incoerentes» com as promessas feitas nas últimas eleições legislativas.
Ainda assim, dizem-se disponíveis para viabilizar as alterações em Concertação Social, se forem respeitadas as suas «condições mínimas» para um consenso tripartido (com UGT e CGTP), que esperam que a UGT «tenha em consideração».
Estas dizem respeito, entre outros aspectos, às alterações no sentido de limitar a capacidade negocial dos sindicatos na contratação colectiva, alargar o conceito de justa causa para despedimento individual, combater a precariedade e melhorar a protecção dos contratos «atípicos», e ainda alguns casos considerados omissos.
A reunião de hoje serviu ainda para aprovação da moção temática, sob o lema «Recuperar a Confiança», que os TSD vão levar ao próximo congresso social-democrata, entre 20 e 22 de Junho.
A moção, referiu, «está centrada nas questões sociais e na urgência de uma nova política económica capaz de relançar o crescimento da economia real, sem o qual não é possível gerar mais riqueza, criar mais emprego e realizar uma política de justiça social».
«Queremos sensibilizar o congresso do partido para integrar as preocupações dos trabalhadores descontentes, de todos os quadrantes, em políticas novas, porque é essa a forma de o PSD ir ao encontro da sociedade» , disse à Lusa.

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