domingo, 25 de janeiro de 2009

Desemprego teve maior aumento em 4 anos

Dos cerca de 416 mil desempregados, apenas 262 mil recebem subsídio de desemprego. Ou seja, 1 em cada 3 não tem subsídio. Desde Setembro de 2004 que o número de pessoas inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional não aumentava tanto. Em Dezembro do ano passado, 416 mil portugueses integravam as listas do IEFP, um aumento de 6,6% em relação aos 390 280 do mês homólogo de 2007. Este acréscimo de quase 26 mil desempregados significa que, ao longo de 2008, o IEFP contabilizou, por hora, três novas pessoas sem emprego. Cenário pior do que em 2007. De acordo com os dados do IEFP, foi nos homens que o desemprego mais aumentou, mas continuam a ser as mulheres quem mais ficou sem emprego. Quanto às habilitações escolares, o ensino superior foi o único grupo onde o desemprego diminuiu, mas ainda assim 38 mil licenciados estão à margem do mercado de trabalho. No Algarve foi onde se registou a maior subida (17,5%), mas o Norte continua a ter uma taxa de desemprego elevadíssima, com quase 184 mil pessoas nessa situação. Em Dezembro do ano passado, 262 311 portugueses recebiam um dos tipos de subsídio de desemprego. Tendo em conta que no mesmo mês, o IEFP registou 416 005 cidadãos sem trabalho, isso significa que 153 694 desempregados não recebiam apoio do Estado. Contas feitas, a percentagem de 36,9% de desempregados sem subsídio, representa um agravamento deste cenário em relação a Dezembro de 2007, quando 35,4% dos desempregados (138 039 em 390 280) não recebiam nada da Segurança Social.
Aliás, no espaço de só um ano, passaram a existir mais 15 655 desempregados (+11,3%) sem direito a apoio, incluindo o subsídio social, criado para auxiliar aqueles com baixos rendimentos e sem descontos suficientes. Segundo a Comissão Europeia, a taxa de desemprego em Portugal, deve subir de 7,8%, em 2008, para 8,8%, em 2009, e 9,1%, em 2010. Isto significa que este ano haverá mais 56 mil pessoas desempregadas do que em 2008, atingindo um total de 493.470 indivíduos. E, em 2010, este número atingirá 510.290 pessoas.
Perante os números deste triste cenário, verifica-se que a crise em Portugal, já vem de há vários anos e portanto este governo continua (…e continuará cada vez mais…) a utilizar o “guarda-chuva” da CRISE INTERNACIONAL para “sacudir” a água do capote!

António R. Antunes

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